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Abrindo espaço para outras referências localizadas em torno do momento de vida de Pachelbel, esta imagem é atribuída ao pintor Robert Levrac-Tournières (1667/8 - 1752), datando de cerca de 1710, encontrando-se, atualmente, na
National Gallery, em Londres.
O grupo é capitaneado por Michel de la Barre (1675 – 1745), que está passando as páginas do seu "Sonatas en Trio", de 1707. La Barre foi um renomado flautista e compositor francês, lembrado como o primeiro a publicar um solo de flauta. Destacou-se como músico na Académie Royale de Musique, francesa.
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O homem sentado à direita, segundo a tradição, é um amador endinheirado que pagou a execução desta pintura, com a condição de ser incluído no círculo musical de La Barre.
Atrás, à esquerda, e o segundo da esquerda para a direita, ou seja, ao centro, são os irmãos Hotteterre. A família Hotteterre começou a se destacar na música com o avô desta dupla, Jean Hotteterre (1625 – 1680).
Aquele que ocupa a posição central na imagem é Jacques-Martin Hotteterre, dito "
Le Romain" (1674-1763) chegou à função de "
flûte de la chambre du Roy". Fabricante de flautas, compositor e executor, teve muita influência, em sua época, com peças utilizadas por Jean-Baptiste Lully. Foi um, senão o maior desenvolvedor da flauta transversal.
Sua imagem aparece no frontispício da publicação "
Principes de la flûte transverse", de 1707, , um tratado de flauta traverso, flauta doce e oboé, que escreveu e foi referência por muitas gerações subsequentes.(*1)
À esquerda, seu irmão, Jean Hotteterre (1690 - 1720), também compositor e concertista de destaque à sua época, sendo célebre como flautista e oboéista da corte de Luís XIV, sendo ainda construtor de
musettes, um instrumento da família da gaita de fole.
Sua obra "
La Noce champêtre" ou "
l’Himen pastoral", que compôs por
volta de 1700, originalmente para musette e baixo contínuo, foi publicada postumamente por Jacques-Martin Hotteterre.(*1)
À esquerda, segurando um violoncelo, aparece Antoine Forqueray (1672-1745), que pertenceu a uma primeira linha de compositores que comprendeu seu irmão Michel (1681-1757), organista, e seus filhos Jean-Baptiste (1699-1782) e Nicolas Gilles (1703-1761), organistas.
Alguns já citaram esse músico como Marin Marais (1656 - 1728), um compositor francês, uma virtuose e pioneiro da gamba. Este ficou lembrado por sonoridade e técnica, além de ter sido compositor de expressão, à sua época. Participou da orquestra da Academia Real de Música, francesa, quando dirigida pelo também referencial Jean-Baptiste Lully.
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"Andre Bouys", com uma viola "à 7 Cordes", por Marin Marais.
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*1 - fonte:
http://orlandofraga.my-place.us/pdf/lanoce1.pdf
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